quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Campanha eleitoral, partidos cristãos e Ética na Democracia.

   
   O programa eleitoral do PSOL que exibiu o beijo gay entre dois jovens que infelizmente não foi ao ar em MG foi o assunto mais polêmico envolvendo eleições até agora. Um beijo de menos de 3,4 segundos no tempo já reduzido do programa do partido já foi o suficiente pra causar revolta no Relator do conselho político da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, lelis Washington Marinhos. Retirado do portal IG:









" (...) Lelis Washington Marinhos está defendendo que os partidos adversários e até mesmo o Ministério Público entrem com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral pedindo a retirada da cena do ar.
– O que eles fizeram é uma provocação à sociedade brasileira. É uma situação deplorável, a grande maioria condenaria um ato desse, que antes era considerado atentado ao pudor pela lei. Para o bem da família, cenas como essa deveriam ser proibidas na televisão, ainda mais em horário eleitoral, que é acessível e estimulado. "
  As Assembléias de Deus têm um Conselho político no Brasil?!  Brasil, aquele país que desde 1891 é conceituado como um Estado Laico? Ou pelo menos deveria ser, mas vamos ser honestos... Isso no Brasil já caiu por terra há muito tempo. Em época de campanha eleitoral, somos bombardeados por Pastores, Padres, Apóstolos e missionários que, afiliados à partidos inconstitucionais só pela sua prima existência, defendem os ideais da Bíblia e da "família", em claro desacordo e desrespeito com a constituição do nosso país.
  Aliás, sabe-se-lá o motivo disso, tomaram o conceito de "família" pra eles próprios, não aceitando contestação ou opinião contrária mais justa, ampla e democrática sobre ele. Não, só cabe a eles o direito de definir família e ponto final. Família é aquele casal hétero com 22 filhos (já que sexo só serve pra procriação, certo?) vivendo sob a regência de preceitos normativos de um livro que foi escrito há mais de 2.000 anos. Beijos gays são uma afronta à família brasileira e à ética do cidadão.
   A ética, pra eles, consiste em leiloar curas pra doenças, fazer mutirões movidos à fé e boa vontade de pessoas que não têm cultura e instrução pra refletir sobre o próprio conceito daquilo em que acreditam. Escondem e se calam diante dos casos de pedofilia (Gay! que ironia!) que se multiplicam em escala geométrica na sua instituição. Sexo, prazer, direitos civis, Estado Laico e etc são coisa proibida. Pedofilia, lavagem de dinheiro, lavagem cerebral devem, então, ser coisa tolerada e incentivada pela tal "ética". Não vêem qualquer problema em ler e divulgar idéias medievais, não tem problema algum em ensinar à crianças conceitos ultrapassados - de um livro que respinga sangue - e não sentem qualquer constrangimento em ensinar o ódio.Entretanto,não toleram que os seres humanos façam escolhas diferentes ou vivam diferente, sejam diferentes.A estes cristãos, não lhes é compreensível o conceito de "respeito ao próximo".
  O que se vê em seus cultos éticos, transmitidos nacionalmente em horário nobre em emissoras de renome, é um verdadeiro circo de comédia, nos quais falam mal e vulgarizam tudo e todos que eles consideram errado ou que vá em contra-mão com o que acreditam, onde nem a constituição fica de fora. Simplesmente não compreendem a pluralidade de idéias e, sempre que alguém vai até eles com argumentos coesos, concisos e baseados na racionalidade e bom senso, se escondem atrás de algumas passagens da bíblia, achando que ela explica tudo e defende tudo e dá a eles o direito de fazerem o que bem entendem onde bem quiserem. O nome que dão a isso? "Liberdade Religiosa."

  Bom, se a liberdade religiosa existe, assim como qualquer outra liberdade defendida pelo nosso estado, ela termina no momento que ela começa a suprimir o direito dos outros de simplesmente não aceitarem ou acreditarem no que ELES acreditam: Se eu não QUERO ser regido por um livro, se eu não ACREDITO nele, eu não deveria nem correr o risco de algum louco que se apega à ele como se apega à vida de chegar perto de regir a NOSSA democracia. A democracia? À essa sim eu devo respeito e carinho, e me sinto orgulhoso de ser regido por ela.

  
A Democracia é maravilhosa. Ela não exclui ninguém. Ela protege as minorias da maioria e inclui a todos.Entretanto, que seja estendida apenas àqueles que a respeitam e a tratam com o devido carinho. Democracia não significa votar e ser votado ou na maioria governar em detrimento de uma minoria, mas sim em uma balança em que a maioria governa, mas os direitos da minoria estão e são garantidos, em quaisquer circunstâncias.
 Os cristãos podem agir como quiserem. Que digam que eu devo ir pro inferno. Que chutem santas, que roubem dinheiro e esperança das pessoas. Que digam, até, que eles estão certos e o resto do mundo está errado. Não sei de onde eles tiraram o egocentrismo de se acharem tão donos da minha vida assim. Mas, por favor: Não digam, JAMAIS, que isso é Democracia. Que isso é a minha democracia, que é a democracia que eu amo.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quantos centímetros?

" Não percebem, na verdade, que só sabem arredondar. Dizem que aquele ali só sabe comer e dormir, mas o que ele e todos a sua volta mais sabem fazer é arredondar. No currículo que mandam às empresas, arredonda sua sofrível compreensão de língua inglesa para avançada ou fluente; e para não ficar embaraçado com sua profissão de vendedor, diz trabalhar “com vendas”.


 Arredondam a altura e o peso; aumentam o primeiro, diminuem o segundo. Arredondam os centímetros, que costumam passar dos dezoito, e se você quiser tem uma foto dele, tirada de baixo pra cima - mas isso não é arredondar, é mudar o ponto de vista de quem vê, dizem. Quando são loiros, são arredondados para alemães, mesmo que apenas um terço da família tenha ascendência germânica; e ainda quando não têm, um cabelo um pouco mais oxigenado, sem cor, é naturalmente arredondado para alemão. As cores dos olhos são arredondadas para verdes - mas só dá pra ver no sol, sob determinado ângulo de luz e em determinado período do dia, que é sempre arredondado em quartos de hora, também. 


E não há problema algum para eles se assistiram a cinco ou seis filmes japoneses ou coreanos, pois eles dirão, com os pelos eriçados, que adoram o cinema asiático. Quando lêem cinco livros durante todo o ano, dizem, sem embaraço, serem leitores assíduos. Usam a palavra “assíduos” como se fosse uma cédula de dois reais, mas não passam, todos eles, de moedas trocadas. Chegam a ponto de arredondar, para cima, onde moram. Assim, quem mora em Carapicuíba reside em Osasco, e o que mora em Osasco reside em Barueri. O de Mauá é sempre do ABC. Não percebem, na verdade, que só sabem arredondar. Como comer ou dormir, arredondar, me parece, ser vital para eles. "


Transcrição e créditos : www.canudoscoloridos.blogspot.com <- super indicados!


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[ Off: Por que eu nunca escrevi um livro? Refletindo. ]

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Luan Santana: 'Sei que sou homem, e diga-se de passagem, adoro mulher'

Ator reafirmou sua masculinidade à revista 'Rolling Stone' e ainda falou sobre seu cachê, o maior do país.

  Para quem estava duvidando, Luan Santana reafirmou, em entrevista à revista "Rolling Stone", a sua masculinidade. "Sei que sou homem*, e diga-se de passagem, adoro mulher", disse ele. No entanto, Luan também admitiu não ter namorada: "Na verdade, não conseguiria namorar. Faço em média 25 shows por mês”




O fenômeno pop falou ainda sobre o sucesso e seu cachê, apontado como o maior do país. "O que está acontecendo comigo só tem uma explicação: Deus". 


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* Jura que ele é homem???! Não brinca!.Quase não dá pra perceber...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Órfão.



   Não é como se eu simplesmente pudesse voltar no tempo. Fosse assim, as coisas seriam exorbitantemente mais fáceis, pra todo mundo. mas o que aconteceria? Eu reviveria aquelas boas risadas, que não cansava de ouvir. Sentiria novamente o nosso primeiro abraço, seu coração batendo no mesmo ritmo do meu, quase como se eles se encaixassem. Tanto tempo passou, e foi legal que essa emoção nunca diminuiu.

   Repensaria aquelas palavras que magoaram e chatearam. Não que eu fosse mudar de opinião; mas, é. Tem certas coisas que a gente simplesmente não diz.

   Chegaria até aquele momento em que eu percebi que ele, o mais tenro dos sentimentos, duraria pra sempre. Quer dizer; É isso que dizem da nossa segunda família, não é? Aquela que a gente escolhe. Voltaria pra mudar o que concluí. Esse " Pra sempre " sempre acaba.

   Mas, principalmente, reviveria aquele primeiro choro. Não não, não aquele que a lagrima desce e pronto, acabou. Esse qualquer ator como eu reproduz,com maestria, quando bem entender. O choro do qual falo é aquele interno. Aquele que faz você repensar absolutamente tudo em você mesmo; sua personalidade, índole, caráter, afetos, essas coisas que te constroem como gente. Esse é o choro que mais dói, mais arde e, infelizmente, que é mais importante.

   Falando em dor; Como dói olhar pra trás, naquela caminhada na praia e ver a sua pegada na areia ao lado da minha, desaparecendo. Você resistiu bravamente quando, em algum momento do nosso roteiro, a palavra de ódio ou de ato impensado transformava seus contornos fortes naquelas pegadas arrastadas que, de pouco em pouco, foram desaparecendo.

   Dessa segunda família, da SUA segunda família, eu me sinto órfão. Mas e aí? Não me importo. Suas pegadas rondam o meu quarto, a minha casa, minha vida; e eu as guardo com carinho. Não posso atuar mais do que o roteiro me pede. Provavelmente, mais alguém no mundo deve se encaixar melhor do que eu no personagem que você escreveu. Ser coadjuvante em uma peça faz parte da rotina de qualquer ator, no fim das contas. De lá, fecham-se as cortinas e uma hora você se dá conta que a sua vida não acaba. Ainda vivo, respiro, como, estudo e danço como sempre fiz. A vida segue em frente.

   Talvez um dia qualquer eu volte a ser o ator principal da sua peça. Até lá, me contento em assistir da poltrona da minha cama a trama que desenrolamos.



   Desligar-se do laboratório do personagem: Eu voltaria no tempo e reassistiria essa aula também, com certeza.